Páginas

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ditos Gaúchos

Abichornado...
- como urubu em tronqueira.
- viúvo que se deu bem em casamento.

Mais afiada...
- que língua de sogra.
- que navalha de barbeiro caprichoso.

Alegre...
- como lambari de sanga.
- que nem paisano a meia-guampa.

Amarga...
- como erva caúna.

Mais amontoado...
- que uva em cacho.

Mais ansioso...
- que anão em comício.

Mais apertado...
- que queijo em cincha.
- que bombacha de fresco.
- que rato em guampa.

Mais apressado...
- que cavalo de carteiro.

Mais arisco...
- do que china que não quer dar.

Assanhado...
- como solteirona em festa de casamento.
- como lambari de sanga.
- como ganso novo em taipa de açude.

Mais assustado...
- que cachorro em canoa
- que cavalo passarinheiro.
- guri em cemitério

Mais atirado...
- que alpargata em cancha de bocha.
- capataz de estância grande

Mais atoa...
- que guri no mato.

Atrapalhado...
- que nem cego em tiroteio.
- que nem sapo em cancha de bocha.
- feito discurso de turco

Mais atrasado...
- que risada de surdo.

Babava...
- como boi com aftosa.

Tão baixinho...
- que quando peida levanta poeira do chão.

Baixo como...
- vôo de marreca choca.
- tamborete de china.
- umbigo de cobra.
- barriga de sapo.

De boca aberta...
- que nem burro que comeu urtiga.

Bom...
- como namoro no começo.
- como faca achada.

Bonita...
- que nem laranja de amostra.

Buliçoso...
- como mico de viúva.
- como gato de moça velha. Cara amarrada...
- como pacote de despacho.

Chato...
- como chinelo de gordo.
- como colchão de gordo
- que nem gilete caída em chão de banheiro.

Cheio...
- como corvo em carniça de vaca atolada.
- como penico em dia de baile.
- como barril de chopp em festa de crente.
- como bolsa de china.
- como mala de contrabandista.

Cheirando bem...
- como cogote de noiva.

Cobiçada...
- como anca de viúva nova e bonita.

Mais Colorida...
- do que bombacha de turco.

Mais comprido...
- que putiada de gago.
- que trova de gago.
- que esperança de pobre.
- que suspiro em velório.
- que cuspe de bêbado.

Mais conhecido...
- do que parteira de campanha.
- que feijão em cardápio de quartel

Mais constrangido...
- que padre em puteiro.

Contrariado...
- como gato a cabresto.

Coxuda...
- como leitoa no engorde.

Mais curto...
- que coice de porco.
- que estribo de anão.

Desconfiado...
- como cego que tem amante.

Devagarzito...
- como enterro de viúva rica.

Mais difícil...
- que nadar de poncho e dormir de espora sem rasgar lençol.

Dinheiro na mão de pobre é...
- como cuspe em ferro quente.

Dorme...
- atirado que nem lagarto.

Mais duro...
- que salame da colônia.

Engraxado
- que nem telefone de açougueiro.

Empacado...
- como burro de mascate.

Mais encolhido...
- que tripa grossa na brasa.

Enfeitado...
- como bidê de china.
- como bombacha de turco.
- como mula de mascate.
- como carroça de cigano.
- como quarto de china.
- como santo milagroso.
- como guaiaca de gringo.

Mais enrolada...
- que lingüiça de venda.
- que namoro de cobra.

Mais entravado...
- que carteira de sovina.

Esburacado...
- como poncho de calavêra.

Escasso...
- como pêlo em recavém de touro .
- como passarinho em zona de gringo.

Esfarrapado...
- que nem poncho de gaudério.

Esparramados...
- como dedos de pés que nunca entraram em botas.
- que pé de gringo.

Extraviado...
- que nem chinelo de bêbado.

Faceiro...
- que nem ganso novo em taipa de açude.
- como pica-pau em tronqueira.
- como mosca em tampa de xarope.
- como guri de tirador novo.
- como passarinho velho em gaiola nova.
- como lambari em poça d’água.

Mais fechado...
- que baú de solteirona.

Mais fedorento...
- que arroto de corvo.

Feia...
- como mulher de cego.

Mais feio...
- que indigestão de torresmo.
- que rodada de cusco em lançante.
- que briga de foice no escuro.
- que paraguaio baleado.
- briga de touro.
- facada na bunda
- tombo de mão no bolso.
- que sapato de padre.

Feliz...
- como pinto no lixo.
- como puta em dia de pagamento de quartel
- como milico em dia de soldo

Mais Fino
- do que assobio de papudo.

Firme...
- que nem palanque em banhado.
- que nem prego em taquara.
- como beliscão de ganso.

Folgada...
- como luva de maquinista, que qualquer um mete a mão.
- como peido em bombacha.
- como cama de viúva.

Mais por fora...
- que surdo em bingo.
- que cabelo de côco.
- que cotovelo de caminhoneiro.

Mais forte...
- do que peido de burro atolado.
- que porteiro de cabaré.

Frio...
- de empedrar água do poço.

Ganiçando...
- como cusco que levou água fervendo pelo lombo .

Mais gasto...
- que fundilho de tropeiro.

Gordo e lustroso...
- como gato de bolicheiro.
- como cusco de cozinheira.

Mais Gordo...
- que noivo de cozinheira.

Mais gostoso...
- que beijo de prima.

Mais grosso...
- que nem toco de açougue.
- que dedo destroncado.
- que parafuso de patrola.
- que papel de enrolar prego.
- que mandioca de dois anos.
- que rolha de poço.
- que porta de cofre.

Mais grudado...
- que bosta em tamanco de leiteiro.

Mais informado...
- que gerente de funerária.

Alma inquieta ...
- como galho de sarandi tocado pelo vento.

Mais intrometido...
- que piolho na costura.

Judiado...
- como filhote de passarinho em mão de piá.

De alma leve...
- como um passarinho.

Mais ligeiro...
- que enterro de bexiguento.

Liso
- como sovaco de santo.

Louco...
- como galinha agarrada pelo rabo.

Mais magro...
- que guri com solitária.

Maldoso...
- como petiço de guri.
- que rato de igreja.
- que sorro de grota.

Mais medroso...
- que velha em canoa.
- que cascudo atravessando galinheiro.

Mais metido...
- que merda em chinelo de dedo.
- que dedo em nariz de piá.

Nervoso...
- como potro com mosca no ouvido.
- como gato em dia de faxina.

Mais nojento...
- que mocotó de ontem.

Pacensioso
- como gato de bolicheiro.

Parado
- que nem água de poço .

Mais perdido...
- que peido em bombacha.
- que cusco em procissão.
- que cego em tiroteio.

Perfumado...
- como mão de barbeiro.

Pior...
- que jacaré sem lagoa.
- que cusco que caiu do caminhão da mudança.

Quente...
- como frigideira sem cabo.

Rebola mais...
- que minhoca nas cinzas.

Sabido...
- como sorro velho.

Seca...
- como tiro de 12 cano-serrado.

Sério...
- que nem defunto.
- feito delegado em porta de baile.
- que nem guri cagado.
- como guri que examina galinha para ver se tem ovo.

Sincero...
- como vaca pro touro.

Sofrendo...
- como joelho de freira na Semana Santa.

Sólita...
- como galinha em gaiola de engorde.

Mais sujo que...
- pau de galinheiro.

Sutil...
- como gato que vai pegar passarinho.

Tradicional...
- como embalagem de Maisena.
- como fórmula de Minâncora.

Tranqüilo...
- que nem cozinheiro de hospício.
- como água de poço.
- como capincho em taipa de açude.

Mais vagaroso...
- que tropeiro de lesma.

Mais virado...
- que bolacha em boca de velha.

Mais à vontade...
- que bugio em mato de boa fruta.

Vivo...
- como cavalo de contrabandista.

Mais velho...
- que andar de pé.

Mais apagado...
- que fogão de tapera

Branco...
- como aipim descascado

Mais caro...
- que argentina nova na zona

Cara amarrada...
- como pacote de despacho

Chorão...
- como terneiro novo

Doído...
- como guasqueaço em testa de negro, em comércio de carreira

Se espalhou...
-como pó de mangueira em pé de vento

Falso...
- feito cobra engambelando sapo

Firme...
- que nem palanque em banhado
- que nem prego em taquara
- feito prego em polenta
- como beliscão de ganso

Leve...
- leve pisada de gato

Mais medroso ...
- que velha em canoa
- que cascudo atravessando galinheiro

Vermelho...
- feito pitanga madura

fonte :http://www.cantogauderio.com.br/index.php/costumes-dos-gauchos/ditados-gauderios.html

Não foi desta vez

Nesta terça-feira, 14 de dezembro , o Internacional de Porto Alegre representante brasileiro e gaúcho no mundial de clubes saiu derrotado do jogo contra o Todo Poderoso Mazembe, o qual mostrou que não foi sorte ter ganho do Pachuca.
Os gaúchos começaram bem. Tiveram várias oportunidades de marcar na primeira etapa, mas pareciam sentir mais nervosismo a cada oportunidade desperdiçada. Sentimento que só aumentou no segundo tempo.
Os jogadores colorados desabaram quando viram o gol do adversário e pareciam não ter mais forças para reagir. O inter ainda teve algumas chances que desperdiçou e como o velho ditado diz: "Quem não faz leva" e o Mazembe aumentou a vantagem. O inter que estava mal morreu na partida e ficou esperando seu término.

Veja os melhores momentos de Inter x Mazembe

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Vídeo

O blog anda meio parado... vi esse video e achei tri de divulgar ;)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Aos amigos das Bandas de cima

Só mais umas dicas como lidar com o mate, para os amigos que do Sul não são.Para ficarem mais ligado que rádio de preso.

A MÃO DIREITA

Para se receber o mate ou entregar a cuia de mate, deverá ser feito com a mão direita. No caso da mão direita estar ocupada, a pessoa deverá dizer: 


- Desculpe a mão!
Ao que o outro responde: 
- É a mesma, a do coração.
Fora dessa exceção, sempre com a mão direita.

ENCHENDO O MATE
No ato de encher o mate, se pega a cuia com a mão esquerda e o recipiente com a direita. Após, acomoda-se o recipiente e se troca à cuia de mão para matear ou oferecer o mate, seguindo-se, sempre, pelo lado direito, o lado de laçar. O sentido da volta na roda de mate deverá partir pela direita do cavador ou enchedor de mate.

A ÁGUA PARA PREPARAR O MATE
A temperatura da água para preparar o mate nunca deve estar muito quente, pois pode queimar a erva, dando um gosto desagradável ao mate e lavando rapidamente.

O PIALADOR DE MATE
É o indivíduo que, chegando numa roda de mate, se posiciona de tal modo que a cuia fique a sua esquerda, à frente da pessoa que está mateando, lembrando o campeiro que se posiciona estrategicamente à saída da mangueira! O correto quando se chega numa roda de mate é ficar antes do mateador, isto é, tendo a pessoa que está mateando a sua direita.

A ÁGUA DO MATE
A água para o mate nunca deverá ser fervida, pois se tornaria pesada, pela perda de oxigênio, transmitindo um sabor diferente ao mateador. O ideal é quando a água apenas chia.

CEVAR COM CACHAÇA
          Algumas pessoas quando fecham um mate (ato de preparar o mate), costumam, em lugar         de água para inchar a erva, colocar cachaça, pois a cachaça fixa por mais tempo a fortidão da erva-mate, sem deixar o gosto do álcool. Este modo de preparar serve tanto o mate amargo (chimarrão) como para o mate doce. A cachaça é só para iniciar o mate. Uma vez inchada a erva, cospe-se fora a infusão até roncar bem a cuia, esgotando-se completamente o líquido. Depois desta operação, é só seguir cevando normalmente, com água, o mate.

SÓ O CEVADOR PODE MEXER NO MATE
A menos que se obtenha licença, só o cevador deve arrumar o mate, considerando-se falta de respeito alguém mexer sem permissão. Mesmo que o topete (barranco) esteja se desmanchando ou qualquer outro problema com o mate, devemos entregá-lo ao enchedor ou cevador. Podemos, isto sim, ao devolver a cuia, avisá-lo da ocorrência. O bom cevador, cada vez que recebe a cuia, antes de enchê-la, dá uma ajeitada na bomba, de modo que renove o fluxo de seiva, demonstrando, assim, seu conhecimento na intimidade com o mate.

EM RODA DE MATE
É comum, após o primeiro mate, que sempre é do cevador (o que faz o mate), ter início a roda de mate a partir do mais velho ou de alguém a quem se queira homenagear. Quando já estamos mateando e chega alguém a quem desejamos mostrar deferência especial, é fechado um novo mate em sua homenagem.

O PRIMEIRO MATE
Como já falamos, todo aquele que fecha um mate (faz o mate) deve tomar o primeiro em presença do parceiro ou na roda de mate. Este fato tornou-se tradicional devido a épocas remotas em que o mate serviu de veículo para envenenamentos. Por isso, o ato do mateador tomar o primeiro indica que o mate está em condições de ser tomado. Ainda no caso do primeiro mate, outro motivo que nos chega foi devido aos jesuítas, que atribuindo valores afrodisíacos ao mate, e para evitar que os índios passassem a maior parte do dia mateando, tentando afastá-los do hábito, criaram o mito entre os silvícolas cristianizados que Anhangá Pitã (diabo) estava dentro do mate. Mas não foram bem sucedidos os jesuítas e o hábito salutar sobrepujou o temor que lhes fora impresso. Por isso, toda vez que o indígena ia tomar um mate em presença dos outros, tomava o primeiro mate como demonstração que Anhangá Pitã não se encontrava no mate.

RONCAR CUIA
                  Uma vez servido o mate, deve ser tomado todo, até esgotá-lo, fazendo roncar a cuia.

Nossa gente saboreia um bom amargo

Daí Tchê, venho falar do bom e velho mate novamente, e como sempre te mostrando como te portar ou como lidar com o chimarrão, e fazer com que tu não te sintas mais por fora que cotovelo de caminhoneiro.Por isso este post é dedicado aos amigos cariocas,mineiros,nordestinos, os que vem das bandas do norte, e até para os dos cantos aqui do sul.

O ato de prepara o mate pode ser chamado de:
-Cevar o mate
-Fechar o mate
-Fazer o mate
-Ou CHIMARRÃO 


A palavra amargo também é usada em lugar de mate ou chimarrão. Convite para tomar mate:
-Vamos matear?
-Vamos gervear?
-Vamos chimarrear?
-Vamos verdear?
-Vamos amarguear?
-Vamos apertar um mate?
-Vamos tomar um mate?
-Vamos tomar um chimarrão?
-Que tal um mate?


O mate pode ser tomado de três maneiras, em relação à companhia: o mate solito (isoladamente); o mate de parceria (uma companheira ou companheiro) e, finalmente, em roda de mate (em grupo).


O MATE SOLITO
O homem que não precisa de estímulo maior para matear, que sua vontade; no geral, é o verdadeiro mateador.

O MATE DE PARCERIA
A pessoa espera por um ou dois companheiros a fim de motivar o mate, pois não gosta de matear sozinha.

RODA DE MATE
É na roda de mate que esta tradição assume seu apogeu, agrupando pessoas sem distinção de raça, credo, cor ou posse material (o homem vale pelos seus atos). Irmanados dentro deste clima de respeito, o mate vai integrando os homens numa trança de usos e costumes, que floresce na intimidade gaúcha.

O gaúcho nunca pede um mate, por mais vontade que tenha. Poderá sugeri-lo de forma sutil, esperando que lhe ofereçam. Há um respeito mítico, nas rodas de mate, percebido até por pessoas alheias ao meio, trascendendo ao próprio ato de matear. Introspectivo por excelência, induz o homem a uma busca interior, despertando a auto-análise em relação ao meio. Companheiro calado nos mates solitos, se fez vaqueano deste silêncio, onde se amansam sentimentos para a grande compreensão da vida!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Data Máxima dos Gaúchos

O 20 de Setembro em 1835 foi o precursor da liberdade. Sabemos que essa liberdade não foi plena, mas o opurtunidade de briga pelos ideais serviu pra mostrar pra que a raça rio-grandense veio ao mundo.
Foi descoberto numa pesquisa no Brasil que aqui as pessoas sabem o hino do estado e o nacional, diferentemente dos outros estados brasileiros, onde as pessoas mal sabem o do país. Mas uma coisa que descobri a pouco tempo é que, no tempo da ditadura militar, uma estrofe foi cortada :O
Isso aconteceu pelo sentido que ela transmitia. Heis o Hino Sul-Riograndense antes de 1966:

Como aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o vinte de setembro
O precursor da liberdade

Mostremos valor e constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra


Que entre nós, reviva Atenas
para assombro dos tiranos
Sejamos gregos na glória
e na virtude, romanos


Refrão

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo

Mostremos valor e constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Juntos por ti, Grêmio. 107 anos de glórias.

Seja lá quem tu és.  Seja lá o que passa em tua vida, ao longo dos dias. O que te faz acordar todas as manhãs para prosseguir. Aquilo que te move. De inúmeras canções, Blanched (de Leonardo Fleck) entona que “cada um sabe a dor que carrega”. Fato. Vistos individualmente, somos histórias distintas cujos enredos são feitos de meios e fins que transitam entre alegrias e tristezas. Únicos, tão nossos.Ao mesmo tempo em que tão ímpares, somos tão próximos. GREMISTAS de GREMISMO latente, aquele sentimento que decorre do GRÊMIO, do coletivo de pessoas que se reúnem em torno de uma causa ou paixão. Prefiro a segunda, mais bela e poética como a história deste clube que completa hoje 107 anos.Estas despretensiosas linhas estão aqui apenas para resgatar que o GRÊMIO só é GRÊMIO por sua gente, tão diferente, unida por essa paixão comum. Muito mais que a instituição, hoje, quem merece ser cumprimentado é cada gremista. Eu, tu, nossos amigos e desconhecidos. Se o momento não é de glórias, se a década não é de taças, o momento é de celebrar a amizade que nos une e conecta pessoas tão diferentes e tão comuns.Num cruzar de olhares te estendo um abraço e digo :
Parabéns gremistas. Jamais deixem essa chama se apagar.
Texto retirado do Blog Grêmio Copero. 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vote consciente Tchê!

Olá gente buena, te aprochega que o assunto é sério. Inspirada pelo o que Lucas disse em sua última postagem, venho aqui dizer a minha opinião sobre as eleições. Este é o primeiro ano que voto, e fico admirada com o que certas pessoas falam a respeito desta democratização,onde elas se dizem cansadas de tantas promessas e nenhuma ação.Vivemos em um país com um amplo território, com uma riqueza hídrica e florestal,de uma tamanha biodiversidade.Temos capacidade de ser muito mais, é só refletir em que mãos vamos botar o futuro da nação.Não desistam.A disputa pelo poder é grande, e as propostas são das mais adversas possíveis.Um exemplo, do qual eu acho um ato de pessimismo é do candidato Tiririca que trás o lema: Pior do que tá, não fica! E fazendo palhaçada assim na TV vai melhorar algo? Acho ele um cara super engraçado, mas ficar fazendo graça com o futuro de uma nação, não é nada atrativo. Sei que ele pode fazer muito como cidadão, mas que então dê suas propostas e mostre com RAZÃO suas ideias. Já chega de palhaçada,onde representam todos os brasileiros. O público tem total acesso as propostas dos candidatos ,e por isso peço caros cidadãos: Pesquisem, questionem, reflitam. E no dia de apertar o botão confirme, vote consciente tchê.Tenham noção de que não estão cumprindo apenas um dever, mas sim um direito de nós brasileiros de lutar por um Brasil melhor. 

sábado, 11 de setembro de 2010

Passando da história para o presente

Com esse clima de eleições que estamos, vejo que muitas pessoas do meu convívio estão procurando se informar e ver quem poderá ser o representante que será melhor para o nosso estado e para o Brasil.Como um professor meu diz, não quero tomar partido e peço que todos avaliem seus candidatos.Sei que esse papo de olhe, analise, já está começando a incomodar ,mas é isso que temos que fazer.Não podemos nos basear no que a imprensa ou outras pessoas nos dizem temos que tirar nossas próprias conclusões por isso precisamos procurar ser insistentes para ver quem realmente colocaremos no poder para que o Rio Grande e o Brasil possam crescer cada vez mais.

11 de Stembro de 1836

Na data do título era proclamada a República Riograndense pelo General Neto após a vitória na Batalha do Seival. Tal feito foi mantido até 1845 ao final da guerra. Guerra esta que muitas pessoas que criticam os gaúchos dizem que foi perdida quando, na verdade, a única coisa que não ficou como nós queriamos foi o fato da não separação.
Há diversas opiniões sobre se o Rio Grande do Sul deveria ser independente ou não. Mas o problema maior é a falta de argumentação de quem defende um lado ou outro. Eu, pelo menos, penso que é muito relativo pensar em como teria sido se fossemos um país. Vendo o desenvolvimento, a questão da industrialização e energética que o Brasil teve, é possível concluir que sairiamos perdendo porque dependeriamos dele e outros países. Apesar disso não acho absurda a ideia, afinal de contas, agora, com as novas tecnologias, acredito que se nosso estado fosse separado do resto do território, teria condições de andar com as próprias pernas.

domingo, 5 de setembro de 2010

Esporas


Do lado da janela pendurada
Esquecida, enferrujada
Já não corta mais a geada
Já não brilha em gineteada.

No silencio daquele rancho amigo,
Parecia reviver as lembranças
De um tempo já muito antigo.

Como que encantada com as heranças
Que os avós um dia deixaram
Me vi "nos tempos de dantes''
Quando estes um dia casaram.

Que buenos não eram os dias
Recebidos com os canto dos pássaros,
Os banhos na água fria
E o coachar dos sapos

Mas o vô deixou sua tradição
Ensinou o viver pra piazada,
O sabor do chimarrão,
E a espora prateada.

sábado, 4 de setembro de 2010

Semo bem loco, loco de bueno

De região pra região varia o modo de falar. Lá pros lado que meus pais nasceram... barbaridade! Essa música ai de baixo junta um dicionário inteiro gaúcho aushahs muito tri

Chimarrão, mate doce e tradição

Pois falando ainda em chimarrão como os amigos, me veio a vontade de comentar sobre o 1° mandamento: eu sempre ouvi dizer que mate doce, é coisa de mulher(minha vó gosta, mas eu acho nojento)e meu pai contou que os guris começavam a tomar chimarrão com os homens quando tinham barba na cara, antes disso era na cozinha com as mulheres. Isso foi até motivo de eu tirar uma onda com o véio porque um dia nós cruzamos na rua com um brigadiano que tinha cara de piá e eu ainda comentei que parece que nem barba tinha... Ai então o pai disse que quando ele entrou na BM também tinha pouca barba, se barbiava uma vez por semana e era isso. Eu não podia deixar essa passar, perguntei: "Bah, pai, então o senhor tomava chimarrão a pouco tempo, né? hehehe" Ele riu e teve que concordar.
Conversamos mais sobre que o chimarrão é que deve ter beneficiado os gaúchos de tempos antigos, quando o principal alimento era a carne. Bom, se sabe que a gordura da animal faz mal se consumida em excesso, aumenta a pressão e o colesterol. Mas pelo bom hábito do gaúcho de tomar mate estes males diminuem. Foi feita até uma pesquisa com ratos sobre isso, comprovando o poder saudável do nosso chimarrão

Pare, pense, analise as situações antes de tomar decisões.

Olhando o jornal Zero Hora do dia 1º de Setembro deparei-me com um artigo muito bom de autoria de Fernando Garros era intitulado "O culpado é o chimarrão". Nesse artigo o autor fala que acha que descobriu o porquê do nosso estado ser visto como um povo tão crítico, de nível cultural tão elevado ou então, muito politizado.
Diz ele que o culpado disso é o nosso chimarrão, que faz com que o gaúcho tenha mais "consciência" das coisas e não se deixe levar por qualquer conversa.Fala que quem participa de uma roda de chimarrão participa de um processo muito interessante. Nas palavras dele: "...Quem já participou de uma roda de chimarrão sabe que a cuia vai de mão em mão, enquanto a conversa se alinha.Então, o que acontece a seguir é um processo muito interessante.Quem acabou de tomar está conversando e expondo seu argumentos.E não é interrompido. E quem está tomando está ouvindo, pensando, ponderando, refletindo, analizando. Quando termina de tomar, passa o chimarrão adiante e toma o quê? A palavra. E aí, contra-argumenta, debate, justifica,discorda o concorda. ..." Ao meu ver ele foi muito feliz em seu artigo e é bem isso o que acontece.
Eu mesmo já tendo participado de várias rodas não tinha parado e prestado atenção nisso.Mas depois que lí, ví que é isso o que acontece mesmo que inconscientemente. Quando estamos tomando, vamos pensando em tudo o que é dito pelos amigos que estão argumentando e criando opiniões sobre os seus pontos de vista.Acho que se fizessemos sempre isso, de parar e pensar nas coisas que são ditas, analisar as situações, criar a nossa opinião; seriamos bem melhores e saberiamos qual rumo tomar em toda e qualquer situação. Então por que será que não fazemos isso sempre?

As maiores torcidas do riogrande

Bom além de gaúchos somos brasileiros e sendo brasileiros amamos o futebol incondicionalmente muitas vezes cultuando mais os nossos times do que a própria seleção brasileira então vai ae um pouco das nossas torcidas

A torcida colorada




A torcida tricolor

Vocês não são gaúchos

Bom estou escrevendo aqui agora para contar um acontecimento que houve em minha sala de aula pela manhã do dia 03 de Setembro que me deixou surpreso, alegre e meio com vergonha.
Estávamos na aula de matemática quando não sei da onde surgiu algum papo de homossexualismo.Foi ai que um de meus colegas falou que esse negocio de homossexual é coisa de gaúcho.Para minha surpresa ,e ao mesmo tempo alegria, minha turma que é de maioria gaúcha logo ficou pedindo explicações deste comentário tão sem graça.A surpresa me veio, pois mesmo sabendo que a maioria ali é de origem sul riograndense, não tinha conhecimento dessa devoção deles para com o estado e para com o povo aqui deste pago. O que gerou alegria foi ver que são pessoas que valorizam o seu estado as suas origens como todo o gaúcho deveria ser.
Mas o que me deixou muito sem graça e com vergonha foi saber que este meu colega ,que eu acreditava ser Paulista, na verdade é gaúcho.Pasmem!!!Um gaúcho falando esse tipo de coisas de pessoas vindas do seu estado. Isso me causa muita tristeza e ainda por cima, como se não bastasse isso, quando perguntado o motivo dele ter feito tão infeliz comentário mesmo sendo daqui, ele disse que apenas havia nascido aqui no estado. Como quem não gosta do seu chão.
Eu e 99% dos gaúchos temos o orgulho de ter nascido aqui, e nunca tinha imaginado que na minha vida iria ouvir um gaúcho repudiando a sua terra.A este tipo de pessoa só me resta dizer que ela não tem o direito de se denominar gaúcho pois gaúcho, é aquele que cultiva as tradições e amor pelo seu chão, aquele que tem orgulho de ter nas veias o sangue farrapo e não vocês que não amam nem a si próprios
então não mintam não blasfemem pois vocês não são gaúchos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Se tu não cevas um mate, bom gaúcho não é!


Olá gente buena, esta é minha primeira postagem aqui. E pra começar, quero falar do bom e velho mate. Um dos maiores símbolos do Rio Grande. Se tu não cevas um mate, bom gaúcho não é. Eu, particularmente, sou uma viciada que adora fazer rodas de mate com os amigos. O chimarrão aqui no sul não representa apenas uma bebida amarga e verde, servida com água quente, mas sim um sinônimo de união entre os que tomam. E fica os 10 mandamentos do mate, que deve ser respeitados por todos:

1- NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito o porquê o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas se tu és de outros pagos, mesmo sabendo, poderá achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar nesse pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se por água, ervas exóticas, cana, frutas, cocaína, feldspato, dollar, etc... mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo, mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites, pede uma coca-cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.
2- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico por a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma coca-cola de canudinho. O canudo é puro como a água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).
3- NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume tuas frescuras (caso desejes te curar, recomendamos uma visita ao analista de Bagé). Se, porém, te julgas perfeitamente igual aos demais, faze o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vai adorar o chimarrão de lá.
4- NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Como o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante, já o chimarrão não. Tu deves tomar toda a água servida até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento abaixo.
5- NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizer a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Esse negócio de chupar sem fazer barulho vale para a coca-cola com canudinho que tu podes até tomar com o dedinho levantado (fazendo pose de assumida).
6- NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba de chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas por favor, não mexas na bomba. Fale com quem te passou o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.
7- NÃO ALTERE A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do estado.
8- NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O PRIMEIRO MATE
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro mate, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro, e quem toma está te prestando um favor.
9- NÃO DURMAS COM A CUIA NA MÃO
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando... E às vezes te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio... Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar, mas sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que essa tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer a cuia que está na tua mão. Fala quanto quizeres mas não esqueças de tomar o teu mate que a moçada tá esperando.

10- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pega na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que o chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esqueces o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma coca-cola com canudinho que ela etc... etc...

Não pode falta a música

algumas personalidades do Rio Grande do sul

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Inveja ou Ignorância?

Caros leitores. Sou gaúcha e vivo há uns sete anos no Paraná. Nesse meio tempo, ouvi cada absurdo... Uma das coisas que mais me chocou, além do preconceito xenofóbico dos paranaenses, sobretudo dos curitibanos, que já convivem com imigrantes de muitos estados brasileiros, foi a ignorância desse povo quanto ao nosso estado. E não digo ignorância no sentido pejorativo, mas sim no sentido literal da palavra. Eles desconhecem totalmente nosso estado, nossa história, e saem falando asneiras por ai.
Para vocês terem noção, toda a vez que eu mostrava cartões postais da nossa capital para amigos daqui, eles se surpreendiam e perguntavam: “Nossa... Porto Alegre é urbanizado? Lá têm prédios, empresas, rua asfaltada?” Eles acham que no RS só existem fazendas, que os gaúchos todos andam pilchados e à cavalo.
Infelizmente, a imagem que grande parte do Brasil tem do nosso estado foi aquela transmitida no seriado “A Casa das Sete Mulheres”. O povo não se atenta à época da Guerra dos Farrapos para o momento que vivemos hoje. Sinceramente, não me assustaria se mais ao norte do Brasil encontrasse pessoa que pensassem que nosso estado ainda está em guerra!!!
Para que fique bem claro, nosso estado é sim urbanizado e industrializado, representando a quarta maior economia do país, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Somos ricos não somente na agricultura (soja, milho, mandioca, cana-de-açúcar, uva, trigo, maçã, fumo, alho...) e na pecuária (aves , bovinos, suínos, ovinos, eqüinos, bubalinos) mas também no extrativismo (madeira, lenha, noz de pinho , madeira de pinheiro, erva-mate, carvão vegetal, pinhão ...) , na mineração (areia e cascalho, pedra britada, carvão, calcário , argila,água mineral ...) .e na indústria (produtos alimentícios, metalurgia, indústrias mecânica, química, farmacêutica, de vestuário, de calçados e imobiliária). Além disso, somos ótimos exportadores – arrecadamos cerca de US$ 8 Bilhões por ano nessa atividade. Nossa economia representa aproximadamente 9% do PIB do PAÍS (lembrem-se: o Brasil tem 26 estados mais o Distrito Federal). Somos, ao todo, mais de 10 milhões de gaúchos que trabalham duro e arrecadam impostos para manter, em grande parte, programas de auxílio à pobreza dos estados mais ao norte do nosso grande país.
Então, leitores, eis a minha indignação: o preconceito de pessoas ignorantes, que abrem a boca para fazer piadinhas maldosas de gaúchos, mas desconhecem nossa raça, nossa força e nossa história! E sabe o que é pior de tudo? O estado do Paraná foi, em grande parte, colonizado por gaúchos tropeiros que levavam gado xucro (conhecido pelos índios como Chimarron) do nosso estado para São Paulo e para Minas Gerais e, enquanto passavam pelo território deserto desse estado, iam se apropriando de terras e construindo famílias. Engraçado né?! Nossos herdeiros enchem a boca para dizer que gaúchos são homossexuais...
É por isso que, podem até me chamar de louca, mas em certos momentos sou a favor do movimento separatista!
“É o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, sul, terra e cor...”


texto de: Taimara Marcon

Mulheres gauchas ou não são todas iguais

Música tradicionalista

domingo, 29 de agosto de 2010

Um conto Gaúcho



Retorno bravo

Ubirajara Raffo Constant
gentileza de Carlos Bolli Mota

Ali na porta do rancho, junto ao cusquito nervoso,
o velho guasca orgulhoso olhava o filho partir.
Também desejava ir com a mesma disposição,
levando a lança na mão, p'ra se unir aos farroupilhas
e pelear pelas coxilhas em defesa do rincão.

Porém já velho e arquejado perdera a força no braço,
tinha no lombo o cansaço do peso de muitos anos,
mas era um dos veteranos com orgulho do passado,
por ter a lança empunhado combatendo os castelhanos.

Que gana tinha de ir, aquele velho guerreiro,
de novo para o entrevero como gaúcho pelear,
mas ficava a se orgulhar que embora velho e cansado
tinha um filho ja criado partindo no seu lugar.

E ali na porta do rancho, cheio de orgulho e pesar,
viu o filho se afastar com garbo e disposição,
montando um flor de alazão, o laço preso nos tentos,
o poncho revoando ao vento e a lança firme na mão.

Depois, com a estrada deserta, a noite foi se chegando,
o pampa foi silenciando nas grotas e nos banhados
e o velho guasca cansado no catre foi se arrimando,
em silêncio memoriando entreveros do passado.

Assim, a poeira dos dias cobriu o catre vazio
do paisano que partiu do rancho para a guerrilha,
levando na alma caudilha de guasca continentino,
a fibra, a glória e o tino de campeador farroupilha.

Já muitos dias depois um xirú trouxe a notícia:
- A farroupilha milícia em que seu filho marchou
peleando se dizimou. Morreram mas não recuaram
e entre os bravos que tombaram dizem que o moço ficou.

Num sentimento profundo o velho ficou calado,
mas o seu rosto enrugado não pode a dor esconder,
deixando livre correr, do fundo da alma ferida,
uma lágrima sentida que ele não pode conter.

Tristonha caiu a noite e mais triste a madrugada.
Latia ao longe a cuscada, na quincha gemia o vento,
e sem dormir um momento, ali no catre estirado,
o velho ficou atado na soga do pensamento.

Lembrou o filho em criança
correndo o pampa em retoço,
a melena em alvoroço soprada ao vento pampeano.
Recordou ano por ano até que o piá ficou moço
e ali da porta do rancho partiu p'ra revolução,
montando um flor de alazão,o laço preso nos tentos,
o poncho revoando ao vento e a lança firme na mão.

Estava assim recordando, quando lá fora um gemido
lhe fez apurar o ouvido e despertar-lhe a atenção.
E quando ouviu uma mão, naquela hora tão morta,
forcejar de encontro a porta como querendo arrombá-la,
sua visão ficou clara, voltando-lhe a luz e o brilho;
num ímpeto caudilho a porta abriu com vigor
e estarreceu-se de horror ante a figura do filho.

Cambaleante, ensangüentado,
as vestes feitas em frangalhos,
o corpo cheio de talhos dobrado pelo cansaço,
já sem força em nenhum braço, já sem poder ver direito,
e com o meio do peito aberto por um lançaço.

Fitando os olhos do filho o velho ficou calado.
Estarrecido, espantado, vendo-o ali em sua frente.
Então gritou gravemente: - Meu filho, por que voltaste?
Por que?
Por que não tombaste onde tombou nossa gente?
Maldito sejas, covarde, tu já não és mais meu filho!
Não tens o sangue caudilho, não agüentaste o repuxo,
deixaste teus companheiros, fugiste dos entreveros,
tu já não és mais gaúcho!

Então a face do guasca que peleando não tombou,
como um lançaço estampou a ira do coração.
Prostrando-se rudemente, naquele gesto inclemente,
desfalecido no chão, o moço sentindo a morte
roubar-lhe o sopro da vida, com a alma triste e ferida,
ali prostrado no chão, sem rancor no coração
olhou para o pai a seu lado, e já num último brado
fez a brava confissão:

- Meu pai, eu não fui covarde,
honrei meu poncho e minha adaga,
fiquei coberto de chagas mas agüentei o repuxo.
Fui valente, fui gaúcho, peleei com todo o ardor,
e se aqui vim escondido foi p'ra salvar do inimigo
o pavilhão tricolor.

Abrindo a camisa ao peito, tirou em sangue banhado
aquele trapo sagrado que até o fim defendeu,
e beijando-o estendeu ao pai, num último esforço,
e depois, curvando o dorso, o bravo guasca morreu.

sábado, 28 de agosto de 2010

Gauchada

Pois é... Isso das pessoas de outros estados terem uma rija com com o Rio Grande do Sul pode ser sim uma certa "invejinha". Afinal daqui sairam e saem grandes nomes que ganharam e ganham o país e o mundo. Às vezes quando me vejo a pensar nisso lembro de questões históricas: nosso estado foi um dos únicos a brigar pelo seu território e interesses e, por um tempo, ser independente. Outro fato que seguidamente comento com familiares é que houve um tempo que a atual Brigada Militar teve um efetivo maior que o do Exercito Brasileiro e na Revolução de 30 garantiu a posse do então presidente Getúlio Vargas (sim, os brigadiano se bandearam pro Rio pra fazer a segurança do conterrâneo). Acho que por essa e outras nosso povo rio-grandense criou esta identidade com a terra e as coisas daqui, bem como algumas características marcantes como a garra, a força e o nativismo. Digo e direi a vida toda que é preciso ter amor pelo sua gente, pelo Brasil, é claro, mas principalmente pela mãe terra gaúcha.
"Sirvam nossas façanhas de modelo à toda a Terra"

Quem fala o que quer ouve o que não quer

Todos sabemos que pessoas vindas de outros estados tem uma certa fobia perante nós gaúchos.Não sei o motivo, mas nas partes mais a cima do Brasil o povo pensa que nos achamos superiores ou algo do gênero, muitas vezes sem realmente conhecer alguém aqui do sul do país.
Na maior parte das vezes o que eu vejo não é um gaúcho dizendo diretamente que é o melhor, mas sim se defendendo de alguma discriminação vinda de alguém de outros estados. Como por exemplo dizendo que o povo daqui é homossexual ou que somos retardados por cultuar a nossa tradição.
Acho que isso é um pouco de inveja de quem não tem alguma tradição tão forte quanto a nossa para preservar, de pessoas que não tem o orgulho de cantar o hino do seu estado, de alguém que não sabe o que é amar com todas as suas forças a terra onde nasceu. Pessoalmente não tenho nada contra os outros estados mas não gosto de ser chamado de algo que não sou.Eu como muitos da minha terra não saio falando que o RS é melhor do nada, mas quando falam mal do meu estado sou o primeiro a dizer isso para defender o pago onde nasci.Se vocês que nasceram em outros lugares do país não gostam de ouvir que o povo daqui é melhor, mais guerreiro ou algo do tipo não cheguem para nós com ofensas pois quem fala o que quer ouvi o que não quer.